O alcance de nossas letras

"Quando nós escrevemos não temos idéia do alcance de nossas palavras". Esta foi a frase que disse, com os olhos marejados de lágrimas a Yoná e Marcos, no último domingo, 21 de setembro, quando eu fazia uma entrevista com eles para a reportagem que escrevi, e está na entrada do Portal Viva Favela, cobrindo a “Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa”.
A frase não foi ao acaso. Sou blogueira e, além disso, trabalho com mídia online já alguns anos. Sabemos que postar um conteúdo ou escrever uma matéria para algum site é igual a escrever para o mundo conectado. E isto de um continete a outro, pois se houver interesse, ainda que o indivíduo não fale a mesma língua de quem escreveu o texto, atualmente diversos tradutores online, se incubem da tarefa de promover a comunicação entre línguas diferentes.
Mesmo assim, sempre nos esquecemos do alcance de nossas palavras e daquilo que elas podem gerar...
Voltando a conversa com meus dois colegas, o que me fez parar a entrevista naquele momento para refletir, foi uma matéria escrita em janeiro, com a ajuda constante de meus amigos Luiz Fernando e Marcio Alexandre. A reportagem, de nome Liberdade Religiosa - uma denúncia da discriminação sofrida por moradores de favelas adeptos de religiões de matriz africana - foi uma sugestão do Marcos Rezende, atual Coordenador Nacional do Coletivo de Entidades Negras (CEN).
O resultado dela, está na meta matéria "Liberdade para escolher". Segue um trecho:
"Cerca de 10 mil representantes de diversas religiões e povos historicamente discriminados se reuniram nas ruas de Copacabana, Zona Sul, para mostrar que quando há respeito é possível sim haver diálogo. O movimento que culminou na “Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa” teve início ainda em janeiro, após publicação no portal Viva Favela da reportagem “Liberdade Religiosa”, denunciando a discriminação sofrida por adeptos de religiões de matriz africana em comunidades do Rio.
Segundo o coordenador nacional do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Marcos Rezende, a matéria serviu como um elo de ligação entre os diversos casos de intolerância religiosa ocorridos no Brasil, que vão desde ofensas de todos os tipos à depredação e derrubada de templos. Além disso, foi base para um dossiê encaminhado ao governo federal pelo CEN.

“Essa matéria circulou entre os adeptos de religiões de matriz africana e fez com que as pessoas começassem a perceber que o que acontecia não eram atos isolados. Começamos a sentir a necessidade de juntar, de fazer uma mobilização que serviu para pautar a solicitação de uma CPI de combate à intolerância religiosa“, lembrou Marcos Rezende".
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OBS: A reportagem Liberdade para escolher também pode ser lida hoje no Jornal Expresso.

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