Imagine se Cristo passasse a cobrar direitos autorais?

Toda Bíblia gira em torno da figura de Jesus Cristo. Inspirada por Deus e escrita por homens direcionados pelo Todo Poderoso, nos 66 livros que a compõem, vemos alegorias, narrativas entre outros apontamentos sobre a vinda do Messias, culminando no Novo Testamento, quando o próprio Cristo se faz carne, humano como nós.

Bem, em jornalismo chamaríamos toda esta introdução de “nariz de cera”, início nem sempre necessário, mas que neste caso fez-se importante, pois embora já conheçamos bem toda esta história, parece-me que muitos não a introjetaram; ainda.

Digo isto para falar de algo que vem me inquietando e que despertou mais fortemente ao, participar ontem de uma twitcam com o pessoal do @Crentassos.

Um dos assuntos comentados ontem foram os altos valores cobrados pelos cantores e pregadores “gospel” atualmente. São valores exorbitantes  que variam entre 25 e até 80 mil reais, mas tudo, é claro, em nome de Deus.

Abro parênteses para questionar o termo “gospel” – da cultura estadunidense absorvido e amplamente difundido em terras tupiniquins – afinal, soa melhor que evangelho, dizem. Atualmente tudo é permitido desde que tenha o vocábulo “gospel” no meio.

Poucos questionam, ou conferem a validade bíblica. Vale aqui ressaltar, que não é porque se denomina “gospel” que tem a aprovação de Deus.

Fechando e voltando ao assunto, ao ver esses valores contrastando com tanta miséria e missionários implorando centavos para comprar Bíblias, me pergunto onde está o verdadeiro Evangelho, o Evangelho genuíno, o Evangelho da Cruz, que diz “Negue-se a si mesmo, pegue sua cruz, e siga-me” (Mateus 16:24), neste meio “gospel”?

Ah, mas diriam: “o obreiro é digno de seu salário”. Gostaria que avaliassem bem o contexto quando Jesus profere essas palavras em Lucas 10.7. Penso que R$ 80 mil para um dito “show gospel” é uma discrepância! É um contraste terrível com a realidade social do nosso país e nossas igrejas.

As vezes penso que esses “irmãos” se esquecem que Cristo, autor das parábolas que servem de inspiração para tantas composições e pregações, não cobrou absolutamente nada por suas palestras às multidões sedentas, não de parafernálias tecnológicas, mas de Deus.

O mesmo Cristo disse que voltaria para buscar essa mesma multidão que decidiu beber da Fonte de Água Viva. A pergunta é: imaginem se em sua volta Cristo decide cobrar direitos autorais pelo uso indevido de seus sermões?

Abraços reflexivos em Cristo,

Fabiana André



2 comentários:

Eric Rodrigues disse...

Não podemos esquecer das discretas exigências: passagens de avião, hotel de alto nível, coquetel pós-show, equipe que controle o assédio dos irmãos no fim da ministração etc etc etc... mas isso é um detalhe neah :P

Fabiana André disse...

Poxa, bem lembrando, irmão, ainda bem que não lembrei disso na hora que estava redigindo... imagina?